sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Antares Barley Wine

O estilo Barley Wine é um dos meus preferidos, devido a sua grande complexidade. Possui alto teor alcoólico que varia entre 8% e 12% por volume, além disto tem outras características que particularmente aprecio, como o bom corpo, carga generosa de malte e bom amargor para equilibrar com o dulçor do malte.
É um estilo que também suporta “guarda”, é possível armazenar cervejas do estilo por até 10 anos, alguns exemplares ficam mais do que isso. Um bom exemplar nacional é a Schmitt de Porto Alegre, na qual degustei aqui.
Sua singular doçura é normalmente equilibrada com doses generosas de lúpulo, que fica misturado entre os sabores e não se destaca, criando um belo equilíbrio. O estilo foi criado na Inglaterra no começo do século XX e acredita-se que o primeiro exemplar foi a cerveja Bass Nº1 que ainda é produzida nos dias atuais.
Este estilo pede que seja tomado devagar, saboreando sua complexidade e apreciando sua variação conforme a temperatura do líquido vai se elevando.
Já tive a oportunidade de provar outros estilos da cervejaria argentina Antares e que na qual pude relatar um pouco da história da cervejaria, você pode conferir aqui.
Desta vez degustei um exemplar da Barley Wine, os outros exemplares me agradaram, este esperava não ser diferente, na realidade esta garrafa ficou guardada durante dois anos, pois sabia que muito nova ela talvez não agradasse, foi tiro e queda, uma bela cerveja com complexidade e um bom amadurecimento, conforme abaixo:


Cerveja: Antares
Apresentação: Long Neck 330ml.
Tipo: Barley Wine
Álcool: 10%
Cor: Alaranjada, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação e muito duradoura.
Aroma: Complexo, malte, álcool, leve frutado, doce.
Paladar: Bom corpo, malte, mel, quente devido ao álcool, amargor destacado para o estilo, notas doces, a sensação residual deixa um agradável amargor e bom dulçor da carga de malte.
Comentário: No gole você primeiro recebe o amargor, depois vem o malte, para equilibrar. Percebe-se que a guarda trouxe outras notas a cerveja, foi possível sentir no aroma que ela sofreu um “amadurecimento”.
Em minha opinião, creio que o período de dois anos é suficiente para guarda desta cerveja, após este período ela provavelmente entra em declínio perdendo muitas características prazerosas encontradas. Se fosse para alterar algo, tiraria um pouco do amargor presente.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

“O dia depois de amanhã”

O filme que narra acontecimentos “ainda” não muito peculiares no planeta, e que se tornou uma realidade não muito distante, é o que mais se aproxima sobre o ocorrido em Santa Catarina nestes dias, falo por Blumenau. Parece que o Furacão Catrina que arrasou New Orleans nos E.U.A em 2005, resolveu voltar e acabar com o município, diversas pessoas perderam vidas, casas embaixo da água, casas soterradas, milhares de desabrigados e a maioria da cidade sem luz ou telefone. Água? Diversos municípios não sabem o que é desde Sábado, aqui em Blumenau foi decretado “estado de calamidade pública” e apenas ontem as coisas parcialmente se estabilizaram, a chuva deu uma trégua e aos poucos a cidade começa a respirar, mas ainda há sujeira pelas ruas, pessoas desabrigadas sem luz e água.
Agradeço aos caros amigos pela força, temos que continuar e superar as dificuldades, vamos voltar a falar sobre o precioso líquido, a nossa boa e velha cerveja.


A Harviestoun Brewery foi fundada em 1984 por Eric Harris e Ken Brooker, um ex-empregado da Ford Motor Company que trabalhou por mais de 20 anos na companhia. A Cervejaria foi instalada em um prédio que tinha cerca de 200 anos e ficava em uma fazenda na região de Dólar Glen na Escócia Central.
Depois Stewart Cail ingressou na equipe e liderou com Ken e Eric a cervejaria.


Cerca de cinco anos após a fundação a capacidade produtiva aumentou com a aquisição dos equipamentos da Cervejaria inglesa Devanha que tinha cessado suas operações.

Infelizmente nesta mesma época da ampliação, a cervejaria teria que deixar a fazenda, pois seu proprietário estava fazendo levantamentos topográficos para transformar a propriedade - oficialmente chamado Dollarfield Barns – em uma grande fazenda com sua devida casa. Por isso a cervejaria se mudou para Alva, a cerca de cinco quilômetros de distância do antigo local.
A cervejaria utiliza maltes e somente lúpulos frescos (flores) de todo o Reino Unido, Alemanha, Eslovénia, E.U.A e República Tcheca.


Em Janeiro de 2006 os proprietários encontraram um comprador digno e que continuaria a exercer adequadamente as atividades e conceitos da Harviestoun, hoje ela é propriedade da Caledonian Brewery, que fica em Edimburgo.

Abaixo uma degustação com três exemplares da cervejaria que acabam de chegar ao país:
Cerveja: Harviestoun
Tipo: Lager Beer
Apresentação: Garrafa 500ml.
Álcool: 4,8%
Cor: Dourado, levemente turva, opaco.
Espuma: Boa formação, queda lenta e duradoura.
Aroma: Lúpulo, malte, floral.
Paladar: Bom corpo, malte, lúpulo, fino amargor, sensação residual equilibrada entre malte e amargor.
Comentário: Com amargor menos intenso que sua irmã, porém presente, é uma cerveja agradável e fácil de degustar.



Cerveja: Harviestoun
Tipo: Bitter Apresentação: Garrafa 500ml.
Álcool: 4,2%
Cor: Dourado, levemente turva, opaco.
Espuma: Boa formação, queda lenta e duradoura.
Aroma: Lúpulo destacado, cítrico, notas malte.
Paladar: Bom corpo, leve residual de malte, lúpulo, amargor fino, sensação adstringente, aftertaste com agradável amargor.
Comentário: Boa cerveja, com uma carga generosa dos três lúpulos utilizados, Styrian Goldings, Hallertau Hersbrücker e o Challenger. O lúpulo se destaca em todas as sensações e de uma forma não agressiva. Os lupulomaníacos de plantão, eu sou um, sem dúvida gostarão do exemplar. Se tivesse que fazer alguma alteração nesta cerveja, talvez deixaria um pouco mais de dulçor residual.


Cerveja: Harviestoun
Tipo: Dark Beer
Apresentação: Garrafa 330ml.
Álcool: 6%Cor: Escura, preta, turva, opaca.
Espuma: Boa formação, queda lenta e duradoura.
Aroma: Torrefação, café, chocolate, notas de lúpulo.
Paladar: Bom corpo, chocolate, malte torrado, sensação residual de torrefação com final seco.
Comentário: Cerveja com personalidade, seu corpo é “denso”, em sua receita entra aveia e realmente lembra um óleo de carro, pois é viscosa. Possui ótimo equilíbrio entre doçura, torrado e amargor.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Meantime Wheat


Mais um exemplar recém desembarcado no Brasil da Cervejaria Meantime importado pela Brasilways. É a Meantime Wheat, no Brasil o estilo se popularizou como Weiss ou então Cerveja de Trigo, este estilo de cerveja já tem muitos adeptos no país e creio que no verão vai “fazer a cabeça” de muita gente. Particularmente é um estilo muito delicado para se produzir, não pelos ingredientes em si, mas principalmente pela cepa de levedura, ou fermento que se utiliza no preparo.
Neste estilo é necessário encontrar características muito peculiares como o aroma de cravo, notas de banana, tudo isso produzido pela levedura e que geralmente é comercializada líquida, dificultando o transporte.
No paladar ela deve se comportar com certa acidez proveniente do trigo, boa carbonatação, tornando-a bem refrescante e pitadas de cravo e banana.
Este exemplar da Meantime leva dois tipos de malte, trigo é um, o outro é o Pale Ale, além de dois tipos de lúpulo o Perle e o Northern Brewer.
As cervejarias estão gradativamente deixando o aroma e paladar mais puxados para o cravo, talvez no intuito de deixar a cerveja com caraceterísticas um pouco menos “doces” e conseqüentemente com menor rejeição, este exemplar é um bom exemplo disto, abaixo impressões:


Cerveja: Meantime
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Weiss
Álcool: 5%
Cor: Dourada intenso, turva, opaca.
Espuma: Boa formação, média duração.
Aroma: Cravo, doce, ligeiras notas banana.
Paladar: Médio corpo, muito carbonatada, leve amargor, ligeira acides, cravo, sensação residual levemente doce com notas de cravo.
Comentário: Mais um estilo da Cervejaria Meantime que realmente sabe reproduzir os estilos ingleses.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sou Brasileirooo......


Essa eu já sabia !!!!!

Sabemos como algumas cervejarias estão se destacando pelos bons produtos e um trabalho muito centrado na educação cervejeira do consumidor brasileiro. E ontem, em Nuremberg, Alemanha, foram confirmados os grandes campeões do European Beer Star, um dos mais importantes concursos cervejeiros do planeta, da galáxia eu diria....
Assim como na China, alguns brasileiros não fizeram feio e subiram ao pódium , representaram bem e certamente colocaram o Brasil na rota cervejeira mundial, após um breve descuido de Murray, que comentou que a Demoiselle era água, gelo e álcool, ficou provado que não é, e certamente a opinião dele não refletiu em nada no concurso. Depois de avaliada por 65 especialista de todo o mundo, inclusive com uma representante brasileira, a Cilene Saorin, eis que a Demoiselle arrebata uma medalha de Ouro no festival, é do Brasilllllllll. Bom só tenho a parabenizar Marcelo, Rodrigo e Ricardo Rosa pelo ótimo trabalho, vocês merecem. Já fiz uma excelente harmonização da Demoiselle com o chocolate Nugali, para ler clique aqui.

A Eisenbahn está virando figurinha carimbada no festival, pelo segundo ano consecutivo pegou um bronze com a perfeita Dunkel na categoria German-Style Schwarzbier e desta vez uma novidade, receberam um bronze também com a Pilsen na categoria Mild Beer. Demonstrando para todos o quanto é possível manter processos e qualidade, mesmo tendo sido adquirida pela Schincariol, quem deixou de toma-la por causa disto, deveria pensar novamente sobre o assunto.

E mais uma estreante no hall das campeãs vem de São Paulo e também foi recém adquirida pelo grupo Schincariol, foi a Baden Baden, arrematou na categoria Dry Stout um Ouro, é do Brasilllllll. Creio que com estas boas colocações o Brasil surge como uma surpresa para o mundo, demonstrando que existem muitas mais cores e sabores do que as lagers pálidas e sem sabores que todos acham que é a única cerveja produzida por aqui.

Parabéns a todos os participantes brasileiros, com certeza ano a ano este hall aumentará e sem sombra de dúvida são títulos que teriam que ser comemorados aqui no Brasil com carreata nas cidades, um desfile das campeãs em carro de bombeiro, jorrando chopp para o público, inclusive para aqueles que ainda não descobriram estas maravilhas do Brasil.
Parabéns Colorado, parabéns Baden Baden, parabéns Eisenbahn e parabéns as outras cervejarias que participaram, mas que neste este ano ainda não comemoraram um título, o importante é não desistir. E com tudo isso quem ganha ainda mais é o consumidor brasileiro, que tem a disposição estas cervejas. Abaixo classificação:

- Cerveja Colorado Demoiselle – Medalha de Ouro na categoria Porter
- Cerveja Eisenbahn Pilsen – Medalha de Bronze na categoria Mild Beer
- Cerveja Baden Baden Stout – Medalha de Ouro na categoria Dry Stout
- Cerveja Eisenbahn Dunkel – Medalha de Bronze na categoria Schwarzbier

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Estrella Damm e Voll Damm

A Cervejaria S.A Damm é uma grande indústria cervejeira da Espanha, fica localizada em Barcelona. Foi fundada a exatos 132 anos por August Kuentzmann e o mestre cervejeiro Joseph Damm que era seu primo. O carro chefe é uma das cervejas mais conhecidas da Espanha, a Estrella Damm, uma lager que remete as Pilsen porém com toda a suavidade que a maioria dos consumidores prefere, além dela é produzida a encorpada Voll Damm, uma lager do estilo Märzenbier que foi fabricada pela primeira vez em Março de 1953 e depois repetida anualmente, com o sucesso a cervejaria resolveu fabrica-la durante o todo o ano.
Este sucesso da Voll Damm ainda lhe rende bons admiradores, pois foi premiada em 2004 no International Beer competition e recentemente eleita a melhor strong lager do mundo pela Revista Beers of the world em 2007.
Estas cervejas estão chegando ao Brasil através da BrasilWays que vem agregando muito aos paladares dos consumidores e aos Homebrews com importações exclusivas de produtos. Abaixo a avaliação destas cervejas.
Cerveja: Estrella Damm
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Pilsen
Álcool: 4,6%
Cor: Dourado claro, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Cereais, lúpulo, malte.
Paladar: Médio corpo, malte, lúpulo, sensação residual com ligeiro amargor.
Comentário: Cerveja suave, lembra as cervejas nacionais.
Cerveja: Voll Damm
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Märzen
Álcool: 7,2%
Cor: Acobreada, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Malte, leve doçura, lúpulo, notas álcool.
Paladar: Bom corpo, malte, suave doçura, notas de álcool, algo condimentado, sensação residual com amargor persistente.
Comentário: Cerveja equilibrada, seus 7,2% são pouco percebidos e seu paladar apresenta bom drinkability. Vale a degustação.

domingo, 9 de novembro de 2008

Cervejas Meantime

Parte do rótulo da Union

A Brazil Ways, importadora do Paraná, trouxe para o Brasil com exclusividade cervejas de três países diferentes, da Espanha, Inglaterra e Escócia. Da Espanha vieram cervejas da Estella Damm, que falarei em outro post, da Escócia vieram três estilos da Cervejaria Harviestoun que apresentaram grande personalidade.
A novidade vinda da Inglaterra é de uma cervejaria relativamente nova, porém madura, sabe para o que veio e aonde quer chegar, ela foi inaugurada em 1999 e já possui respeito na Inglaterra e em outros países do mundo, no entanto que é a única cervejaria inglesa premiada consecutivamente nas três últimas edições do World Beer Cup, falo da Cervejaria Meantime que tem sua sede em Londres. Quando Jeff Evans aprovou as cervejas da Eisenbahn logo que foram publicadas na Revista Beers of The World, ele comentou que a cervejaria brasileira tem uma linha eclética, assim como Samuel Adams nos Estados Unidos e a Meantime na Inglaterra, são muito bons em recriar estilos clássicos de cerveja.

Realmente o Jeff Evans sabe o que fala, pois a Eisenbahn nós conhecemos, a Samuel Adams conheci alguns exemplares e fiquei impressionado e agora com a Meantime aportando no Brasil pude ter certeza que a cervejaria inglesa é boa em recriar estilos e tem uma linha eclética, afinal chegaram a Meantime London Porter, Meantime Wheat, Meantime IPA e a Meantime Union, sobre as duas primeiras comentarei em breve, abaixo comentarei sobre a degustação da Union, que é uma cerveja do estilo Viena e logo após degustei a IPA que vem acondicionada em uma embalagem maravilhosa, garrafa de 750ml com rolha, o líquido é divino, ótimo equilíbrio, bom corpo, bom aroma e de ótimo drinkability. Abaixo impressões.

Cerveja: Meantime
Apresentação:Garrafa 330ml.
Tipo: Viena
Álcool: 4,6%
Cor: Avermelhada, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Malte, café, toffe, notas doces, notas defumadas.
Paladar: Médio corpo, malte, café, defumado, leve residual doce, sensação residual amarga, provavelmente vinda do malte torrado.
Comentário: Cerveja com bom equilíbrio.

Cerveja: Meantime
Apresentação: Garrafa 750ml c/ rolha.
Tipo: IPA – India Pale Ale
Álcool: 7,5%
Cor: Alaranjada, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Lúpulo, cítrico, malte, notas doces.
Paladar: Bom corpo, malte, doce residual, lúpulo, equilibrado amargor, notas de álcool, sensação residual amarga, perfeitamente equilibrada com agradável doçura.
Comentário: Excelente cerveja, uma das melhores IPA que já pude degustar, vale cada centavo. Apesar da embalagem ser maior, pediria um bis fácil, fácil.
Mais informações: Brasil Ways

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Negra Modelo


Negra Modelo é a cerveja mais conhecida do México, pertence a "elite das cervejas" no país, é uma das cinco principais cervejas produzidas e exportadas pelo Grupo Modelo, além dela podemos citar a tradicional Corona que também é produzida pelo empresa, sobre esta comentarei em outro post. A Negra Modelo foi introduzida no mercado cervejeiro do México, perto do final da década de 30. Uma cerveja premium, que possui grande distribuição no país, é a líder entre as cervejas “escuras”.

Esta cerveja do tipo Viena-Munique tem tido uma extraordinária aceitação nos mercados internacionais. Cerca de cinco anos atrás era possível encontra-la em pontos de venda no Brasil, depois acabou sumindo do mercado, porém encontrei novamente em alguns locais a venda por aqui recentemente, este exemplar veio na mala de um amigo da Argentina. Abaixo impressões:


Cerveja: Negra Modelo
Apresentação: Garrafa 330ml.
Tipo: Viena
Álcool: 5,3%
Cor: Castanho, limpa, brilhante.
Espuma: Média formação, queda lenta, duradoura.
Aroma: Malte, caramelo, ligeira torrefação.
Paladar: Médio corpo, agradável amargor, malte, notas doces, sensação residual equilibrada entre o doce e uma breve adstringência.
Comentário: Cerveja suave, fácil de beber e que com bom equilíbrio.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Intrepidus Nocturnum II

Arrisco dizer que nós apaixonados por cerveja, driblamos todos os obstáculos para conseguir alcançar nossos anseios cervejeiros, desde a busca por um exemplar único ou até mesmo produzir uma cerveja inusitada em casa, já que o hobby no Brasil, cada vez mais dá asas aos cervejeiros caseiros.

Seguindo o preceito de que duas cabeças pensam melhor do que uma, dois dos cervejeiros caseiros mais habilidosos do Brasil juntaram forças, Mauro Nogueira da Confraria do Marques e o Ricardo Rosa resolveram brincar um pouco com as panelas, no início do ano, o Ricardo e o Mauro fizeram a Intrepidus Nocturnum I, uma cerveja escura, com uma quantidade razoável de malte torrado, fermento belga e aproximadamente 11,4% de teor alcoólico.
Com o sucesso da primeira resolveram continuar a série, fazendo a Intrepidus Nocturnum II. Uma cerveja rica em todos os pontos, com alto teor alcoólico, alta complexidade e mais uma vez extrapolando regras, uma verdadeira Extreme Beer.
O nome foi inspirado na Delirium Nocturnum, que tem em seu rótulo um elefante cor de rosa, guardaram daí uma idéia de rótulo. Outro inspiração veio da Intrépida Trupe, um grupo carioca de teatro/dança que se inspira na magia do circo e que leva as pessoas longe com seu espetáculo, esta inspiração que motivou os nobres cavaleiros a fazer cervejas extremas. Surgiu daí um rótulo feito em pouco tempo somando as duas fontes, os elefantes cor de rosa atuando em um picadeiro de circo. E sem mais delongas segue impressões.


Cerveja: Intrepidus Nocturnum II
Apresentação: Long Neck 355ml.
Tipo: Extreme beer
Álcool: 15,4%
Cor: Escura, leve tom avermelhado, brilhante .
Espuma: Baixa formação, entretanto se manteve, duradoura.
Aroma: Malte, caramelo, chocolate, doce, álcool, frutas escuras, complexo.
Paladar: Bem encorpada, agradável doçura, baixa carbonatação, ameixa, caramelo, quente, licorosa, picante, sensação residual quente, alcoólica.
Comentário: Dispensa comentários, complexidade em todos os sentidos, diversos tons aromáticos, no paladar uma explosão de sabores, claro que a parcimônia deve acompanhar a degustação desta cerveja, sem dúvida a lenda de que duas cabeças pensam melhor que uma se fez valer. Parabéns aos caros amigos pela extrema cerveja e que venha mais alguns litros dela.


Mais informações:
Confraria do Marques
Blog da Cervejarte

domingo, 2 de novembro de 2008

Carlsberg Semper Ardens Weisse

Carlsberg Semper Ardens Weisse, foi a quarta cerveja fabricada para a linha de cervejas especiais do grupo cervejeiro Carlsberg. Esta cerveja de trigo segue os padrões da Semper Ardens, linha da Cervejaria que oferece os mais altos padrões de fabricação porém com um toque contemporâneo.
Cervejas de trigo são comuns hoje no mundo inteiro, é o segundo estilo de cerveja mais difundido no mundo e ganha cada vez mais força no Brasil, é um estilo de cerveja típico da Alemanha, onde são conhecidos como Weisse ou Weizen. A receita tradicional utiliza 50% de malte de trigo, mas o Mestre Cervejeiro da Carlsberg, Christian Luxhøj, fez uma nova interpretação do estilo e na formulação adicionou suco de maçã dinamarquês.
A cerveja foi fermentada com leveduras de alta fermantação e que ajudam a desenvolver o cravo, aroma característico da cerveja. Junto com o malte de trigo, três tipos de malte de cevada foram utilizados, Pilsner, Munique e malte caramelo. O suco de maçã orgânico é acrescentado no final do processo cervejeiro. Infelizmente ainda não está disponível no Brasil, segue abaixo impressões:

Cerveja: Carlsberg Semper Ardens
Apresentação: Garrafa 660ml.
Tipo: Weiss
Álcool: 5%
Cor: Dourada, turva, opaca.
Espuma: Boa formação, média duração.
Aroma: Cravo, doce, ligeiras notas banana, cítrico.
Paladar: Médio corpo, boa carbonatação, baixo amargor, ligeira acidez, cravo, sensação residual levemente doce com notas de cravo.
Comentário: Boa cerveja, a proposta era ter uma cerveja refrescante, eles atingiram em cheio o objetivo.