quarta-feira, 25 de junho de 2008

Entrevista com Marco Falcone

Até bem pouco tempo atrás Belo Horizonte não tinha uma exposição devido as suas cervejas mas sim as suas cachaças, produzidas de forma artesanal e com muita qualidade, conquistando apreciadores em todo o mundo.
Porém o cenário mineiro hoje é diferente, possui um número considerado de micro cervejarias, e conseqüentemente um número considerado de Homebrews, no entanto que a Acerva Mineira fomenta de forma excepcional o mercado de cervejas especiais e da cultura cervejeira Brasileira, não é a toa que o III Concurso Nacional de Cervejeiros Caseiros ocorrerá em BH.

Em Ribeirão das Neves, a família Falcone fazia cerveja caseira para consumo próprio, no sítio onde hoje está a fábrica. Em dezembro de 1988, são fabricadas as primeiras 260 garrafas - 2 kits de cerveja caseira, no sítio da família, sob sociedade da Mãe Hilma Falcone (que financiou o equipamento e a matéria prima) e Marco Antonio Falcone (que aprendeu a fabricar). A marca inicial era Cirvizia Aquila, o consumo era exclusivamente na família.

A idéia de comercializar a bebida foi amadurecendo lentamente e A partir de junho de 2003, a família decide concluir estudos para implantação de uma Micro Cervejaria com fins comerciais, junto ao sítio da Família e após visitas a vários fabricantes de equipamentos, e em novembro de 2003 é fechado contrato de fornecimento dos equipamentos.
A fábrica foi instalada em uma área campestre, a 35 Km do centro de Belo Horizonte, em ambiente arborizado, totalmente isento de poluição e no dia 28 de junho de 2004, acontece a primeira incursão do Chope Falke Bier no mercado, e desde então ficou claro o comprometimento da família em divulgar a cultura cervejeira no Brasil, produzindo produtos com alta qualidade, lançando a primeira cerveja estilo tripel do Brasil, e mais recentemente uma Índia Pale Ale, deixa claro o compromisso em tratar a cerveja com seriedade, o entrevistado é Marco Falcone, um tremendo incentivador do mercado das Micro cervejarias e entusiasta dos cervejeiros caseiros em Minas Gerais e do Brasil, abaixo a entrevista confirmando todo este compromisso, degustem sem moderação.


O logotipo e rótulo da primeira cerveja produzia pela familia.
oBIERcevando - O que é cerveja para Marco Falcone?

Marco Falcone - Cerveja é algo que transcende a bebida. É um composto que envolve história, cultura, técnica, criatividade, gastronomia, convivialidade, alegria e prazer.

oBIERcevando - Então sua mãe, Dona Hilma Falcone, foi a primeira a investir em cerveja na familia, como saiu a “Cirvizia Áquila” .
MF - Quando fiz meu primeiro curso de cerveja caseira e levei para casa a amostra da cerveja, o entusiasmo foi tanto que Dona Hilma pediu a construção de uma segunda cozinha no sítio, totalmente adaptada, com bancadas, tomadas, fogão, exclusivamente dedicada à fabricação de nossa Cirvizia Áquila. Meu pai, Julio Falcone prontamente construiu. Foi realmente um grande incentivo.


oBIERcevando - Como é trabalhar em família, de quem veio a idéia de montar a Falke Bier?

MF
- Trabalhar em família é uma experiência incrível, quando se sabe distinguir o profissionalismo do parentesco. Quando todos entendem a missão da empresa e sua contribuição para o sucesso do empreendimento, funciona como qualquer empresa onde é bom de se trabalhar. Outro detalhe importante: as pequenas cervejarias de tradição na Europa trazem várias gerações na fabricação e comercialização, conceito que corresponde ao artesanal. Hoje na Falke, temos 3 gerações envolvidas, já que o Tiago, meu filho de 20 anos está trabalhando na empresa e envolvido na produção.
A idéia de montar a Falke Bier nasceu de minhas viagens à Europa, mas foi logo adotada com paixão pelo Ronaldo e pela Juliana, e aí, juntos, consolidamos o processo. Nossos pais também se integraram totalmente ao projeto, formando assim um time dedicado e focado na busca pela perfeição do negócio.
oBIERcevando - A Monasterium, como foi idealizada e quanto tempo demorou para chegar ao ponto de hoje?

MF - A Falke Bier já fabricava 3 chopes da família Lager, o Pilsen, o Red Baron e o Ouro Preto, porém a vocação destes chopes é de abastecer apenas o mercado local. Não são pasteurizados e nem tem conservantes, portanto não resistem a longos períodos sem refrigeração. Faltava então um produto que pudesse romper as fronteiras, não só de Minas, mas do Brasil.
Em junho de 2006 fizemos um curso de degustação com o Mestre-Cervejeiro Paulo Schiaveto e aí nasceu uma grande amizade. Manifestamos a ele nossa vontade de formular uma Belgian Strong Ale e juntamos nossos esforços para fabricar uma Tripel. Nasce aí a Monasterium, que por ser refermentada na garrafa, não oxida. Por ter alto teor alcoólico, inibe atividades microbiológicas. Portanto, alta durabilidade, podendo ser enviada para qualquer parte do mundo.

oBIERcevando - As micros tem que uma ajudar a outra na educação do consumidor, porém a concorrência é necessária, e no mercado cervejeiro, qual é o ponto de ela ser sadia?

MF - A única forma do movimento das cervejas especiais no Brasil ser vencedor é através da aculturação do consumidor. Portanto a educação é ponto fundamental, o início de tudo. Todos que se iniciaram neste conhecimento sabem que é um caminho sem volta. Nós da Falke Bier temos lutado intensamente, promovido cursos e palestras, patrocinado degustações, harmonizações, recebido alunos de diversas universidades em nossa fábrica. São ações que estão multiplicando exponencialmente o número de apreciadores da boa cerveja.
Quanto a concorrência, o que ocorre é o seguinte: os fabricantes que produzem com qualidade não tem limites de mercado e nem temores, pelo contrário, só confiança. Já aqueles que procuram visar apenas preço, fabricando produtos similares aos industriais, estes sim devem temer a concorrência, pois estarão concorrendo com as grandes indústrias e serão selecionados naturalmente pelos novos conhecedores que estamos formando.

oBIERcevando - Qual estilo de cerveja a Falke ainda terá?

MF - Temos uma série de projetos. Como todos estes projetos são de longo prazo, envolvem muitos fatores como formulação, testes, durabilidade, garrafas, rótulos, estudo de mercado, imagino que teremos 1 lançamento a cada 2 anos. Temos em estágio mais avançado, planos para uma Vintage Ale.
Os quatro produtos da Falke Bier, os chopes Ouro Preto, Red Baron, Pilsen e a Falke tripel Monasterium.

oBIERcevando - Podemos dizer que hoje Belo Horizonte já possui uma rota cervejeira, dado o número de micro cervejarias na região?

MF - Não só uma rota, como também um setor. O setor das cervejas artesanais. Há 3 anos inciamos um processo de associativismo. Existe um Sindicato, o SINDBEBIDAS/FIEMG (Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais/Federação das Indústrias de Minas Gerais) que há mais de 20 anos não abrigava mais cervejarias (elas se filiaram ao SINDICERV), apenas cachaças artesanais de Minas. Então nos filiamos e iniciamos um processo de trazer as demais micro cervejarias para dentro do sistema. Em 2005 fomos para a BRASIL BRAU bancados pelo SINDBEBIDAS, eramos apenas nós como filiados e fomos pioneiros no Beer Lounge da Brasil Brau, junto a Devassa, do Rio de Janeiro.
Em 2007 fomos à Brasil Brau junto com a Backer, já filiada. Mas o grande trunfo surgiu agora no mês de junho. Durante a XI Expocachaça, realizada de 5 a 8 de junho no Expominas, a maior feira do Estado de Minas Gerais, com um público de 30 mil pessoas por dia conseguimos emplacar 5 micro cervejarias abastecendo TODOS os 5 restaurantes da feira, como também uma praça da cerveja artesanal, também como presença das 5 micro cervejarias e também da AcervA Mineira.
Com isto causamos verdadeiro furor no setor. A Secretaria de Turismo de Minas já sinalizou no sentido de promover o roteiro turístico das micro cervejarias.
Todas estarão apoiando o III Concurso Nacional de Cervejas Caseiras, em 30 de agosto deste ano.
Em novembro realizaremos a Minas Bier Fest, onde as 7 micro cervejarias filiadas ao SINDBEBIDAS e mais a AcervA Mineira que em breve se filiará, estarão, durante 3 dias, promovendo um verdadeiro festival de cultura cervejeira em Minas. E isto é só o começo, estamos trabalhando mais outras várias frentes, que vão desde a luta pela questão tributária, certificação das cervejarias, programas de qualidade até o incentivo a novas micro cervejarias aqui em Minas.


oBIERcevando - Se não fabricasse cerveja, o que o Marco Falcone fabricaria?

MF - Whisky.


oBIERcevando - A líder do mercado nacional de cervejas, começará a produzir suas próprias garrafas, você acha que agora as micros terão mais atenção das indústrias que fabricam garrafas?

MF - Esperamos que sim. No setor de cachaças artesanais houve uma grande atenção, foram desenvolvidas garrafas de qualidade. E acho que os fabricantes são sensíveis. Um grande fabricante, por ocasião da Brasil Brau nos apoiou bastante, fornecendo a garrafinha que utilizamos para brindar nossos visitantes, o que sinaliza favoravelmente nos sentido do atendimento de novas demandas.

oBIERcevando - E o novo lançamento, a Falke Índia Pale Ale, como surgiu e quando chegará ao mercado?

MF - A India é uma história bem interessante. Ela furou fila. Na verdade fomos procurados pelo Instituto Estrada Real, uma iniciativa incrível de vitalizar o turismo em Minas, revitalizando a estrada que serviu para escoar as riquezas de Minas e enriquecer toda a Europa.
O Instituto nos contratou para desenvolver uma cerveja com a marca Estrada Real e aí fomos decidir que estilo utilizaríamos.
Como se sabe, quando a Inglaterra colonizou a Índia, por volta de 1700, 1750, os ingleses, que não andam sem sua pale ale, levavam barris, que após 3, 4 semanas de viagem, chegava azeda ao destino. Como na época não se conhecia a microbiologia (a pasteurização não tinha sido descoberta) e não existiam conservantes, os ingleses aumentaram a lupulagem (o lúpulo tem ação bactericida) e o teor alcoólico (o álcool inibe atividades microbiológicas). Estava criada então o estilo INDIA PALE ALE.
Por analogia, se o Brasil tivesse sido colonizado pelos ingleses, qual cerveja percorreria por semanas o trajeto da Estrada Real?
Ela chegará ao mercado provavelmente em agosto. Estamos circulando com uma versão teste com a marca Falke Bier India Pale Ale.
oBIERcevando - Uma pergunta indiscreta, porém realista, existe a possibilidade da Falke ser vendida a um grande grupo cervejeiro?

MF - Tenho sido questionado insistentemente sobre o tema e a resposta é sempre a mesma: não fizemos a Falke Bier para vender e ficarmos ricos. Fizemos um projeto de qualidade de vida para a família e qualidade de produto para o mercado. Emprestamos nosso sobrenome à marca (Falke em alemão = Falcone em italiano). Construímos nossa cervejaria junto ao sítio da família, com todos os requintes de respeito aos vizinhos e ao meio ambiente. Pretendemos continuar pequenos e creio que não seremos alvo desta cobiça.

oBIERcevando - Qual outra cerveja que você realmente goste, além da Falke, gostaria de estar degustando agora?
MF - Westvleteren ABT 12

Mais informações: Falke Bier

terça-feira, 24 de junho de 2008

Boag´s Draught

No ano de 1853 James Boag fundou uma cervejaria, ele acreditava que iria produzir uma das melhores cervejas da Tasmânia, utilizando somente os melhores ingredientes. Seu filho não só continuou a história, como o compromisso com a qualidade, pureza e grande ensinamento com degustação de cervejas. Ao longo de mais de 120 anos a J. & Son Boag continua fiél a estes valores e consegue ser uma das cervejarias mais prestigiadas da Austrália.
Em 2004, a primeira fase de uma expansão da cervejaria foi concluída, com a instalação de uma nova linha para engarrafamento. Juntou-se a melhor tecnologia, combinada com técnicas tradicionais na produção de cerveja.

Por mais de um século, os trabalhadores da J. & Son Boag tem fabricado Boag's Draught. Através do empenho e apoio dos clientes a Boag Draught, é na Tasmânia, uma das cervejas mais populares.
Lançado nacionalmente na Austrália em Outubro de 2004, Boag's Draught tem ganhado grande popularidade entre os Australianos, não é a toa que a cerveja já foi tricampeã (2005, 2006 e 2007) no International Monde Selection, que é organizado por um instituto de qualidade com sede na Bélgica. Fundada em 1961 a entidade possui reputação internacional por ser a mais antiga e representativa organização que se dedica à apreciação da qualidade dos produtos dos gêneros alimentício e de bebidas. Agradecimento ao Emerson e segue abaixo impressões.

Cerveja: Boag´s Draught
Apresentação: Garrafa 375ml.
Tipo: Lager
Álcool: 4,7%
Cor: Dourado intenso, limpa, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Lúpulo, pão, malte.
Paladar: Médio corpo, malte, lúpulo, amargor persistente, boa carbonatação, sensação residual adstringente, seca.
Comentário: Cerveja Australiana com personalidade, com ótima cor, boa presença de lúpulo e boa apresentação, só o aroma poderia ser mais destacado.
Mais informações: www.boags.com.au

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Dicas de Inverno - Queijos e Cervejas


Originário das estepes russas aonde é muito comum porém com paladar mais picante e forte, o queijo tipo Estepe é fabricado a partir do leite de vaca, submetido a um processo de semi-cozimento, prensagem, salga e maturação por aproximadamente 40 dias. O Estepe fabricado por aqui apresenta uma textura semi-dura e massa semi-cozida, de cor amarelo-palha, com sabor suave, ligeiramente doce e amendoado, seu aroma é suave e limpo.


Resolvi colocar o Estepe a prova junto a Lust prevendo já uma harmonização por semelhança pois ambos possuem sabores e aromas semelhantes, levemente adocicados e bem definidos, e foi uma harmonização muito prazerosa pois a massa semi dura deixa o paladar com as característica do queijo, o doce e o leve frutado, a Lust vinha com sua alta carbonatação e características frutadas completar o queijo, deixando ao final uma leve sensação adocicada.


O outro queijo foi o Gorgonzola, e Gorgonzola é uma pequena cidade italiana situada no Vale do Pó, a 20 Km de Milão, norte da Itália. O queijo é originário desta região com relatos de sua elaboração desde o ano 880 da era cristã, com sua denominação original de “Stracchino di Gorgonzola”.


É produzido com leite de vaca (o tradicional com leite cru e a versão brasileira devido a leis sanitárias é com leite pasteurizado) apresenta um alto teor de gordura e leve salgado. A textura interna tem veios de mofo que vão do cinza ao azul, obtidos pela presença da penicillium roqueforti, sua maturação dura em torno de 45 a 50 dias.

Com o Gorgonzola a Lust se comportou muito bem e foi uma "briga de gente grande", já que ambos possuem fortes personalidades, aqui já tivemos uma harmonização por contrastes, pois o Gorgonzola com alto teor de gordura tinha a Lust com o seu alto teor alcoólico e alta carbontação a sensação de"limpar" as papilas degustativas e no paladar o "salgado" do queijo contrastava com o adocicado da Lust, anulando sabores mais intensos e deixando o paladar equilibrado com leve notas salgadas e adocicadas além da sensação 'quente" devido ao alto teor alcoólico da cerveja.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Klin Kokos

É importante ressaltar é que a cervejaria Ø Nøgne conseguiu introduzir a cultura cervejeira na Noruega. Não havia India Pale Ale, nem Porters, Imperial Stouts, Pale ales. A maioria dos noruegueses simplesmente não sabiam que esses estilos de cerveja existiam. Quando fundaram a Nøgne Ø, todos pensaram que não teriam chance de sucesso, afinal como é que iria se vender produtos na qual a maioria nunca tinha ouvido falar, ainda mais em um mercado em que é proibido informar sobre a existência desses produtos. Publicidade de bebidas alcoólicas é proibida na Noruega, e cervejas com até 4,5% álcool são vendidas em supermercados, passando deste percentual só pode ser comercializada em locais específicos.
Porém as coisas parecem ter mudado um pouco, revistas e jornais estão começando a falar sobre cervejas, os restaurantes estão cada vez mais focados em harmonizações de cerveja com os alimentos, e as pessoas começaram a procurar, pesquisar sobre cerveja.


Ø Nøgne teve um crescimento significativo desde sua fundação em 2002. Já produziram mais de 20 estilos diferentes de Ales, e exportam mais de 70% da produção total. A diversidade sempre foi um dos principais objetivos da cervejaria e o objetivo não é se tornar a maior, mas sim a melhor.


O nome deriva das duas primeiras linhas do famoso poema “Terje Vigen” que o escritor norueguês Henrik Ibsen fez. Na língua que foi escrito o poema, um dialeto antigo, "Ilha Virgem" tem a escrita: "nøgne ø", que dá nome a cervejaria.
Este foi o nome escolhido pois, a cervejaria está situada na própria cidade onde Henrik Ibsen viveu quando ele escreveu o poema. O poema conta sobre a viagem de um homem que foi ao mar para procurar outras ilhas a fim de encontrar comida e o que ele fez quando decidiu atravessar o mar agitado e temido foi uma atitude contra tudo e todos. E quando a Cervejaria foi inaugurada em 2002, oferecendo estilos, sabores e cores diferentes ao mercado conservador que existia, pode-se considerar que foi "contra todas as probabilidades", daí com a semelhança de “coragem” utilizaram o nome. A cervejaria produz outros estilos muito interessantes e diferenciados. Agradecimentos ao cervejeiro Claudio Zastrow, e segue abaixo impressões


Cerveja: Ø Nøgne Klin Kokos
Apresentação: Garrafa 500ml.
Tipo:Ale (Porter??)
Álcool: 6%
Cor: Escura, negra, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação, duradoura.
Aroma: Notas doces, coco, chocolate, malte.
Paladar: Médio a baixo corpo, doce, torrado, coco, sensação residual com agradável amargor.
Comentário: Cerveja diferente, porém o aroma e o paladar de coco destacados deixavam características bem artificiais, trazendo uma impressão de cerveja industrial.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Último Gole


Confraria Cervejasnet

A Confraria Cervejasnet é um “clube” para apreciadores de cervejas diferenciadas criado com a finalidade de proporcionar o crescimento da cultura cervejeira através da troca de conhecimento, informações, degustação de novos produtos, descoberta de novos produtores e antecipação de lançamentos, fazendo com que a distância geográfica não seja impedimento para que isto ocorra.
A confraria fará envios mensais para o confrade degustar produtos selecionados por nosso caro amigo Edu Passarelli que junto ao Cervejasnet está trazendo esta novidade. A associação consiste na inscrição através do site, pagamento de uma “mensalidade” que dependendo da região varia o valor, para daí começar a receber mensalmente, direto no endereço que indicar, duas garrafas de cerveja selecionadas, ficha de degustação preenchida e uma receita de prato para harmonizar com cada cerveja tudo indicado pelo Edu Passarelli.
Além disso, terá acesso exclusivo a áreas restritas do site da confraria, informações exclusivas sobre degustação, participação no fórum de discussão. E terá isenção de frete em suas compras no site do Cervejasnet e tem um desconto especial de 5% em suas compras lá. O frete é gratuito desde que a compra for enviada juntamente com o envio das cervejas da Confraria. Para maiores informações acesse o site da Confraria aqui.

Brasil Brau 2009

A Brasil Brau 2009 - X Feira Internacional de Tecnologia em Cerveja é o maior encontro nacional de negócios deste setor, promovendo o setor cervejeiro brasileiro como um dos melhores de todo o mundo, e olha que chegaremos lá. Com empresas, associações, cervejarias e instituições de renome mundial, a feira cria um ambiente de grande intercâmbio tecnológico e profissional, apresentando o que há de mais moderno em tecnologia, produtos e serviços para a indústria cervejeira. Justamente por reunir toda a cadeia produtiva da cerveja, a Brasil Brau 2009 proporcionará excelentes oportunidades de relacionamento comercial seja com compradores, profissionais técnicos, formadores de opinião e Micro Cervejarias, além de executivos com alto poder de decisão. O evento ocorrerá no dias 23, 24 e25 de junho de 2009, no horário das 13h às 20h no Centro de Convenções Frei Caneca, no mesmo local que ocorreu ano passado e onde o oBIERcevando pode participar, veja aqui, as informações, inscrições, patrocínios estão abertas, quem quiser conferir é só acessar o site oficial do evento aqui.

Acerva Catarinense

A força dos cervejeiros caseiros no Brasil já fato e demonstra resultados, o último episodio desta força foi a alteração do texto no site da gigante Ambev que alegava ser praticamente impossível fazer cerveja boa em casa, pura alienação. Em um movimento comum as Acervas mandaram uma carta de repudio ao texto, e a empresa politicamente respondeu que faria alteração no conteúdo do texto, e realmente fez.
E não é a toa que a cada dia as listas de cervejeiros caseiros aumentam, e como militante e incentivadora do movimento temos a Acerva – Associação dos Cervejeiros Artesanais, a primeira foi a Carioca, depois a Mineira, veio a Paulista, Gaúcha e a mais recente a Catarinense que assim como todas vem com força fomentando ainda mais a cultura cervejeira em Santa Catarina, estado abençoado com boas micro cervejarias e uma cultura na qual a cerveja faz parte. Fundada e situada em Florianópolis em 17 de Maio de 2008, estou atrasado em divulgar, conta com “diretores regionais” nas demais regiões do estado, ficando fácil o acesso a quem estiver disposto a conhecer mais sobre a associação e participar. Quem tiver interesse pode mandar um e-mail para cervejeirosfloripa@googlegroups.com.


III Concurso Nacional de Cervejeiros Caseiros da ACervA

Falando em Acervas, a ACervA Mineira será responsável por organizar em 30/08/2008 o III Concurso Nacional da ACervA, que deverá acontecer em Belo Horizonte, os preparativos estão a todo vapor, e teremos este com um dos maiores eventos cervejeiros do ano, e a participação de todos é primordial.
Foram estabelecidos os seguintes estilos para participação no concurso:
14-A - English IPA (prestigiando a escola inglesa)
15-A - Weizen (escola alemã)
18 - Belgian Strong Ale (prestigiando a escola belga)
A definição das garrafas, regulamento e outros informações serão divulgadas em breve, no mailing ou site das Acervas.
O que está pré-definido, entretanto existe possibilidade de mudança, é que os cervejeiros deverão entregar a partir de 4 garrafas com volume mínimo 300 ml, de cor âmbar e sem qualquer inscrição ou logomarcas. Assim poderão ser garrafas de 300ml, 500ml, 600ml, etc.
Tanto o estilo English IPA quanto o Weizen também serão estilos do Concurso Nacional Argentino, que ocorrerá no dia 15/08/2008, o que possibilitará um inédito intercâmbio entre cervejeiros do Brasil e da Argentina.

Mais informações deve acessar o link:
http://acerva.com.br/concurso/Reglamento_Concurso_Argentina_2008_final_2.doc


Curso em SP do Paulo Schiaveto
Após os ótimos dois primeiros cursos com os amigos homebrewers de Belo Horizonte, este mês teremos a oportunidade de receber o Mestre Cervejeiro Paulo Schiaveto para promover o curso na cidade de São Paulo, com a ajuda do pessoal da Acerva Paulista, abaixo detalhes do curso e e-mail para contato.
Carga Horária: 20 h
Conteúdo do curso:
Conceitos fundamentais
Procedimentos
Matérias-Primas
Aditivos e adjuvantes de processo
A fabricação de mosto
Fermentação
Processos Pós-Fermentação
Principais aromas, sabores e off-flavors na cerveja
Datas e horários:
27/06/08 - 18h30 às 22h30
28/06/08 - 9h00 às 18h00
29/06/08 - 9h00 às 18h00
Preço: R$800
Associados da Acerva - R$ 750 (3x)
Inscrições: e-mail para faq@acervapaulista.com.br
Mais informações: Blog do Paulo Schiaveto

terça-feira, 10 de junho de 2008

Waterloo Double e Triple

Em 18 de junho serão completados 193 anos da batalha de Waterloo, que praticamente decidiu o futuro da Europa, a batalha ocorreu no planalto de Mont Saint Jean, hoje campos de centeio na Bélgica, fica ao sul de Bruxelas. De um lado Franceses liderados por Napoelão Bonaparte e do outro uma aliança de alemães, holandeses, prussianos, ingleses e belgas. Este é um breve resumo da história desta guerra que dá nome a esta cerveja.

A fermentação da Waterloo leva de 4 a 5 dias. Depois vem a maturação que ocorre a uma temperatura de 0°C durante 3 a 5 semanas. A fim de eliminar um pouco da turbidez e dar mais brilho a cerveja é filtrada após a maturação.
Depois desta filtração, a cerveja fica estocada em tanques para daí então serem engarrafadas.
Antes de encher a garrafa uma pequena quantidade de açúcar e levedura é adicionada a cerveja, que consequentemente sofre uma segunda fermentação na garrafa. Após o preenchimento, a refermentação irá trazer mais características a cerveja, tanto aromáticas, quanto no paladar.
Após o enchimento, as garrafas são estocadas em salas quentes a uma temperatura constante de 25°C, ficando de 12 a 14 dias, só daí estará pronta para o consumo.

As duas cervejas da Waterloo comercializadas, tanto a Dubbel quanto a Tripel, pelo que parece são produzidas dentro da cervejaria Du Bocq na Bélgica, entretanto creio que a marca não pertença a cervejaria, deve pertencer a Belgian Beer Tradition, que além da Waterloo tem a Ramée que também é comercializada no Brasil, a Brussels e a Blanche Des Moines. O que acontece é uma produção destas marcas dentro do espaço ocioso da produção na cervejaria, para a Belgian Beer Tradition. Existem outras parcerias como esta na Bélgica, de fabricar-se determinada marca de cerveja para uma empresa, dentro de uma cervejaria já existente. Enquanto tento descobrir, segue abaixo impressões:
Cerveja: Waterloo
Apresentação: Garrafa 750ml.
Tipo: Tripel
Álcool: 7,5%
Cor: Dourada, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Média formação, média duração.
Aroma: Leve frutado, Maça verde, notas de lúpulo.
Paladar: Médio corpo, doce, malte, leve acidez, baixo amargor, sensação residual com agradável doçura equilibrada com o álcool.
Comentário: Cerveja agradável, entretanto há outras cervejas do estilo no mercado que valem mais a pena.
Cerveja: Waterloo
Apresentação: Garrafa 750ml.
Tipo: Dubbel
Álcool: 8,5%
Cor: Escura, tons vermelhos, leve turbidez, brilhante.
Espuma: Boa formação e duração.
Aroma: Chocolate, caramelo, doce, fermento.
Paladar: Bom corpo, picante, chocolate, álcool, doce, baixo amargor, sensação residual quente.
Comentário: Boa cerveja, na oportunidade foi degustada com chocolate amargo, um casamento perfeito, esta Dubbel remete muito ao chocolate em seu aroma e paladar, por isso a ótima harmonização, um realçando o sabor do outro. Há um bom equilíbrio também, pois, não apresenta os 8,5% de álcool no paladar, só ao final dando uma sensação quente, ótima para o inverno.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Jacobsen Vintage Nº1

Tirem as crianças da sala, parem as máquinas, pois por esta nem a mãe Dináh esperava, o oBIERcevando foi convidado e contemplado com exclusividade em ser um dos primeiros no Brasil a degustar e escrever sobre a cerveja mais cobiçada, desejada e também a mais cara do mundo a Jacobsen Vintage N º 1, ela estabeleceu um novo recorde, é a cerveja mais cara do mundo, vendida ao preço de 2008 coroas dinamarquesas, algo em torno de U$ 400,00 chamou a atenção do mundo inteiro, sendo notícia em Jornais, Revistas, Rádio, Internet e TV, foi demasiadamente exposta, sendo que apenas 600 garrafas foram fabricadas, tornou-se cobiçada entre experts internacionais de cerveja, jornalistas, degustadores e curiosos. E se o preço já não foi suficiente para deixar o produto exclusivo, ela só será comercializada dentro da Dinamarca.


Desenvolvida pelo gigante cervejeira dinamarquesa Carlsberg, em uma de suas pequenas cervejarias, a Jacobsen que foi fundada em Maio de 2005 como um “pequeno braço” cervejeiro da Carslberg. A Cervejaria Jacobsen possui três linhas de produção, a primeira para produção das cervejas de linha, que são quatro estilos, a segunda tem produção limitada e serve como base de experimentos para a terceira, e a terceira produz o néctar da Cervejaria, produzindo o que há de melhor para a marca.
Todas as 600 garrafas “verdes”, contém 375 ml. por unidade, são quatro rótulos diferentes, pois cada garrafa tem uma das quatro litografias criadas pelo artista plástico dinamarquês Frans Kannik. Cada uma das imagens gravadas retrata fábulas de SIF, esposa de Thor e também Deusa do trigo, uma Deusa agrária, da fertilidade e da fecundidade, um símbolo de força que era comumente utilizado como exemplo por Jacob Christian Jacobsen , o fundador da cervejaria Carslberg, que foi fundada em 1847, assim foi chamada devido ao nome do seu filho Carl.



O projeto começou como uma idéia “selvagem” e um desejo de criar uma nova cerveja, diferente de todas, trazendo uma nova experiência as pessoas. Durante o processo de preparo a cerveja fermenta em uma temperatura por volta de 25ºC em tanques e depois “envelhece” ou matura durante seis meses em barris de carvalho Sueco ou barris de carvalho francês, isso mesmo, esta nobre edição tem duas versões, uma que matura em barris de carvalho suecos novos e outra que matura em barris franceses já utilizados, alguma dúvida da exclusividade do produto?
Este exemplar que degustamos teve maturação em barril sueco, o pai desta obra prima é Jens Eiken, o Mestre Cervejeiro da Jacobsen.



É um belo exemplar de cerveja para guarda, e durante o envelhecimento deste “vinho de cevada” será percebido notas diferenciadas, mesmo dentro da garrafa consegue-se resultado muito satisfatório, será notado sabores mais desenvolvidos e complexos e aromas equilibrados, o difícil é safra-la, tamanha ansiedade em torno do líquido.
E parece que a cervejaria fará uma trilogia da Jacobsen Vintage Nº1 , será lançada uma versão em 2009 e outra em 2010, pelo potencial deste primeiro exemplar as próximas prometem, é esperar para ver, agradecimentos ao Cláudio Zastrow, o pessoal da Opus e a Cilene Saorin, abaixo impressões deste tesouro cervejeiro.


Cerveja: Jacobsen Vintage Nº1
Apresentação: Garrafa 375ml.
Tipo: Barley Wine
Álcool: 10,5%
Cor: Escura, tons avermelhados, rubi, brilhante.
Espuma: Boa formação, média duração, ficou presa ao copo.
Aroma: Madeira, caramelo, doce, leve álcool, complexo.
Paladar: Encorpada, Vinho do Porto, licorosa, baunilha, frutas escuras (ameixa), notas amadeiradas, leve doce, sensação residual quente, alcoólica, excelente cerveja.
Comentário: Dispensa comentários.


Mais informações: Carlsberg - Jacobsen

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Opa Bier

A Opa Bier é natural de Joinville em Santa Catarina, possui um bar que fica separado da fábrica, este fica localizado no bairro América, próximo ao centro da cidade, já a fábrica fica em Pirabeiraba, bairro mais afastado do centro de Joinville, e ultimamente além do chopp está inovando e trazendo outras formas de acesso dos seus produtos aos consumidores, primeiro o barrilzinho de 5 litros como os de cervejarias Alemãs vendido em alguns pontos de venda da cervejaria, e vendido separadamente, porém para o barril, uma bolsa térmica que você deixa o barril dentro, para que não esquente enquanto estiver tomando. Agora vieram as garrafas com chopp, assim como a Zehn Bier de Brusque, trouxe a proposta de vender garrafas de 600ml. com o chopp, ou seja, nos pontos de venda tem que ficar refrigerada, limitando sua comercialização para a região, abaixo impressões.

Cerveja: Opa Bier
Apresentação: Garrafa 600ml.
Tipo: Pilsen
Álcool: 4,6%
Cor: Dourado, limpo, brilhante.
Espuma: Boa formação, média duração.
Aroma: Malte e lúpulo.
Paladar: Médio corpo, malte, lúpulo, sensação residual maltada e com agradável amargor.
Comentário: Cerveja correta, com baixo amargor, e de aparência muito agradável.

Mais informações: Site da Opa Bier