quarta-feira, 4 de julho de 2007

Inverno - Queijos e Cervejas.




As cervejas especiais estão cada vez mais presentes no menu brasileiro, e com a chegada do inverno, se percebe grandes mercados fazendo sua "Adega de queijos e vinhos", entretanto as cervejas especiais, diga-se produzida em pequenas escalas e com qualidade, estão infinatamente aptas a "casar" com os diversos queijos existentes no mundo, e por que?

Nas cervejas, encontramos diversos aromas e sabores presentes nos queijos. A carbonatação estimula as papilas gustativas acentuando os complexos sabores existentes no queijo. E o queijo por ser gorduroso deixa um camada na boca revestindo-a, e a carbontação consegue "limpar" esta gordura, deixando a boca "limpa", e colocando harmonia entre os sabores presentes, tanto da bebida, quanto do queijo.

E muito tempo o pão é um dos melhores alimentos para se harmonizar com queijo, e assim como a cerveja, o pão é feito a partir de cereais, e como a cerveja é também conhecida como "pão líquido" há facilidade na harmonização de cervejas com queijos.

Na Segunda-Feira, a Eisenbahn promoveu uma degustação de Cervejas e Queijos, com produtos de excelente qualidade e todos nacionais, a maioria dos queijos utilizados na degustação, também são de pequenos produtores, que cansados da pouca variedade e a grande industrialização da maioria dos queijos nacionais, resolveram trazer de volta arte de fazer queijos artesanalmente, e assim como a cerveja tem o mestre cervejeiro, o queijo tem o seu mestre queijeiro, que precisa de muito conhecimento e técnica para produzir os variados estilos de queijos existentes, com isso já é possivel encontrar uma grande variedade de queijos com qualidade, personalidade e sabores diversos e todos produzidos por pequenas empresas no Brasil.



Para começar os trabalho foram degustados uma kölsch com os queijos: Chèvre a l’huile e Bouchette

Chèvre a l'huile de origem Francesa (Provence), queijo de leite de cabra, pastoso, ótimo com pães e torradas, temperado com azeite e ervas, gosto ácido. O Bouchette também de origem Francesa não é tão pastoso quanto o Chèvre, porém a kölsch quando degustada após um pedaço de cada dos dois tipos de queijo vinha discretamente se envolvendo com os queijos, os tons bem maltados da cerveja, equilibraram perfeitamente com o estilo escolhido, as papilas ficavam
prontas para outro pedaço.

Em seguinda tivemos a Weizenbier com os queijos Brie e Camembert.



O Brie de origem francesa (Île de France), produzido do leite de vaca, massa mole, cremoso, coberto por mofo branco, aroma que lembra amônia. O Camembert também de origem francesa (Normandia), de leite de vaca, de massa mole, aroma amoniacal.

Com o Brie de forte aroma em sua casca de amônia deixou a weizenbier completa-lo pelas características frutadas da cerveja, com o Camembert mais suave, a cerveja se mantém na boca, percebendo o queijo ao final, produzindo um belo equilíbrio.



Após tivemos a Strong Ale com os queijos Gruyère e Gorgonzola

O Gruyère de origem suíça, de massa semi-dura, com olhaduras redondas e espelhadas, possui sabor adocicado, já o Gorgonzola originário do norte da Itália, é produzido com leite de vaca (o tradicional, com leite cru e a versão mais moderna, com leite pasteurizado) e apresenta um alto teor de gordura. A textura interna tem veios de mofo que vão do cinza ao azul, obtidos pela presença da penicillium gorgonzola (ou glaucum).

A Strong e o Gruyère pareciam únicos, a harmonização por semelhança destes dois foi incrível, pelo grau de sabores e aromas semelhantes, ambos levemente adocicados, foi uma das melhores harmonizações. Com o Gorgonzola a Strong já teve uma harmonização por contrastes, pois o Gorgonzola com seu alto teor de gordura, tinha a strong com o seu alto teor alcoólico "limpar" as papilas. e paladar "salgado" do queijo contrastava com o adocicado da Strong, mas nenhum se sobressaiu sobre o outro e ambos possuem forte personalidade.



A Weizenbock com o Reblochon



O Reblochon é originário da França, região de Savoie Rhône-Alpes, de leite de vaca, o leite é da segunda ordenha (mais gordo e substancioso), desenvolve mofo branco e azul na casca, o queijo é lavado duas vezes por semana em salmoura.
Nesta degustação, apelidamos de harmonização "casal", pois no ínicio temos um briga de sabores e aromas do queijo com a cerveja, e no final percebe-se que um nasceu para o outro, uma harmonização bem complexa e com um final feliz.



E para fechar com chave de ouro a Lust com Pont l’evèque e o Grana Padano.



O Pont l’evèque originário da França, da região de Normandia, é produzido a partir do leite de vaca com elevado teor de gordura e proteínas, de massa mole, adocicado quando fresco, de sabor muito intenso e forte após 3 ou 4 semanas. Pode desenvolver mofo branco e azul na casca.
Já o Grana Padano também produzido a partir do leite de vaca, possui cristalização do sal, o que o deixa granulado. Aroma doce e frutado. É originario da Itália e necessita de longa maturação é bastante salgado.

A Lust com o Grana Padano foi muito interessante pois o salgado anulou o adocicado da Lust, deixando claro outos sabores presentes na cerveja, como o alcool por exemplo, e com o Pont l'evèque a Lust harmonizou perfeitamente por semelhança por ambos possuirem caracaterísticas frutadas.


O resultado foi muito aprendizado, e como a cerveja realmente está para o queijo, e como disse no ínicio os pequenos produtores tanto de cerveja, quanto de queijo estão mostrando o verdadeiro sabor destes preciosos alimentos, afinal a cerveja também alimenta, não é o pão líquido? Segue alguns links de pequenos produtores destes queijos.

Capricoop: http://www.capricoop.com.br/

Witmarsum: http://www.cooperativawitmarsum.com.br/

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